domingo, 29 de junho de 2014

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

CIGANA GRÁVIDA (parte 9/9)



CIGANA GRÁVIDA PARTE 9/9

Outro ritual essencial para o nascituro é o batismo cigano.

Costuma-se dizer que a criança receberá três nomes:

Primeiro, o nome secreto, de conhecimento apenas de sua mãe. É soprado no ouvido do recém-nascido. Juntamente com o sopro do primeiro nome, é dada a primeira mamada com o dgdbao kalibó, o colostro, para defender a criança dos males físicos.

Esse nome não é registrado, nem comentado, morre junto com a mãe cigana. Conforme a crença desse povo, o cigano por não conhecer seu primeiro nome, não olha quando é assim chamado pelos maus espíritos e assim se protege. O povo cigano também acredita que esse primeiro nome é a ligação espiritual da mamãe e do bebê, sendo usado pela mãe para invocações de forças divinas a favor de seu filho.  

O segundo nome é o do batismo cigano, que é de conhecimento do clã.

Já o terceiro nome é o do batismo católico, que será usado para a sociedade não cigana. Atualmente, os bebês ciganos são registrados em cartório e levados à pia batismal.


CIGANA GRÁVIDA (parte 8/9)


CIGANA GRÁVIDA PARTE 8/9

Após o nascimento, dois rituais são os mais conhecidos e praticados pelos ciganos.

O primeiro deles é o banho da prosperidade, para a criança ser rica e ter sorte.  Acontece geralmente na primeira semana e é preparado pela mãe e pelas demais mulheres do clã.

Após o banho rápido de higiene, o bebê é transferido para outra bacia, de cobre ou prata, contendo diversos elementos místicos como água pura, joias da família, pétalas de rosas brancas, gotas de mel.

Enquanto o bebê é banhado pela mãe, ela e as outras mulheres rezam velhas orações herdadas dos antepassados.

Com o banho da prosperidade realizado, todos se reúnem para dançar, comer, beber e cantar. Festejam o cumprimento de mais um ritual no qual se deposita a esperança de continuidade do clã e do próprio povo cigano.

SIMBOLISMO:

A água pura representa a própria vida. No banho, traduz a purificação, a limpeza do corpo físico, áurico e cármico do bebê.

As joias significam o desejo de riqueza e prosperidade, que o bebê seja bem sucedido financeiramente.

As pétalas de rosas brancas simbolizam a vontade de que o bebê tenha uma vida plena de paz e bem sucedida no amor.

Já as gotas de mel traduzem o desejo de que o bebê tenha uma vida doce, livre de sofrimentos, dores e doenças.

Esse banho é um ritual belíssimo, com certeza um modo maravilhoso de começar a vida!

*** CONTINUA ***
 

 

 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

CIGANA GRÁVIDA – (parte 7/9)





CIGANA GRÁVIDA –PARTE 7/9 
 
O tão esperado momento do parto para as ciganas acontecia de modo totalmente natural, cercada das mulheres de seu clã e cujas tradições nos procedimentos e rituais apresentavam certa variação nos grupos, conforme suas crenças e seus costumes.

De um modo geral, ao longo da história, o que mais chama a atenção é o fato da Poiché nella popolazione romaní l' ospedale , il medico , il prete sono associati al concetto di morte , i contatti con loro devono essere limitati al minimo; la donna mestruata e la puerpera sono fonte di impurità e non possono fare vita pubblica o lavare i propri panni con quelli degli altri. [13] Nei rom "vlaχ" (ossia originari della Valacchia ), presso i quali il concetto di impurità è più radicato, durante tutto il periodo della gravidanza e nei quaranta giorni dopo il parto alla donna non è consentito fare alcuna attività (ad esempio, non le è permesso di cucinare).recente mãe ser considerada uma fonte de impurezas, não podendo ela se apresentar na vida pública ou realizar qualquer atividade, especialmente nos quarenta dias após o parto. De acordo com a tradição, no final desse período de purificação, as roupas usadas, a cama, pratos, copos e todos os itens utilizados pela nova mãe eram destruídos ou queimados.  

A título de ilustração, fica colacionado o relato do “Livro de Tombo dos negoceos diários e dos labores officiaes em missão de manter a ordem e bons costumes da Fazenda Grão Mogol”, trazido por Frans Moonen em sua obra “Odisséia dos Ciganos”, conforme segue:

“No acampamento cigano:

Nasceu um pequenino. A mãe passa muito bem. Ela foi ajudada pelas tias e outras mulheres da tribo. Como é nosso costume, após as primeiras dores do parto a romi retira-se da tenda e repousa debaixo de uma grande árvore. O nascimento tem que ser ao ar livre, para captar as energias da natureza. Os homens ficam distantes e tensos, como sempre ficam quando alguém vai nascer. De longe ouvimos os gemidos da grávida. As mulheres cantavam hinos sagrados a Deus, para suavizar os sofrimentos da futura mãe e dar boa sorte ao novo ente. As avós com talismãs, rezas infalíveis, figas e bentinhos que deitavam ao pescoço da parturiente, de vez em quando sopravam-lhe ao rosto, transmitindo força e resistência. Ao primeiro vagido, uma ou duas mulheres correm ao centro do caravançará anunciando o menino ou menina que chegou à tribo. A criança é lavada com água e vinho, numa bacia de prata, nela se jogam moedas de ouro, áuspices de fortuna. Depois do corte do umbigo, feita a ligadura, uma riquíssima toalha de linho, defumada com alfazema, envolve o garoto, que é então apresentado ao pai para seus carinhos. Em seguida, as parteiras limpam a parturiente e entregam-lhe o recém-nascido. Neste momento, ela sopra-lhe ao ouvido o nome secreto, que só ela saberá e que tem por fim protegê-lo dos maus espíritos, que por não saberem o nome nada fazem contra ele. Todas as jóias e objetos de valor dados como presentes são vendidos, e com o dinheiro compra-se o enxoval. Um nome lhe será dado e por ele chamado entre os da sua raça. A este menino chamamos Iunes. Se for possível, se o padre não recusar, o menino será batizado com outro nome que será usado no mundo dos gadgês. Haverá uma festa, a mãe ficará afastada, por ser considerada mahrimé*, por quarenta e um dias."

 *** CONTINUA ***